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Arsenal de Guerra

Entenda em 10 pontos o furto de armas do Exército

O furto de 21 armas do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri, na região metropolitana paulistana, mobiliza outros quartéis do estado e do país.

O furto de 21 armas do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri, na região metropolitana paulistana, mobiliza outros quartéis do estado e do país. No total, 21 armas desapareceram da unidade em Barueri, na região metropolitana, sendo 13 metralhadoras de calibre .50 e oito fuzis de calibre 7,62.

As polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo já recuperaram 17 das armas furtadas. Faltam ainda serem encontradas quatro metralhadoras. Segundo o Exército, esses armamentos são inservíveis e a recuperação não é compensadora.

- Qual a função do Arsenal de Guerra

  • O Arsenal de Guerra de São Paulo recebe armamentos de outras unidades militares para manutenção. Caso sua recuperação não valha a pena economicamente -ou não possa mais ser reformada-, ela é inutilizada e retirada do patrimônio do Exército. Também podem ser usadas em instruções de soldados, mas sem efetuar disparos.

- Onde estavam as armas furtadas

  • Segundo o Exército, elas estavam em um local lacrado e fechado com cadeado, chamado de reserva de armamento, por serem inservíveis. A suspeita é que o lacre e o cadeado tenham sido trocados. Havia sinais de arrombamento de porta também.

- Quando foram furtadas

  • O desaparecimento das metralhadoras e dos fuzis foi notado no último dia 10 de outubro. A suspeita é que tenham sido retiradas a partir de 6 de setembro -quando houve a última conferência. Na véspera, o local foi aberto para retirada de armas, devolvidas no dia seguinte, quando o local foi lacrado e fechado com cadeado, não sendo aberto até a data da descoberta do crime (10 de outubro).

- Como elas foram levadas

  • O Exército mantém o caso sob sigilo e abriu um inquérito policial militar para averiguar. Em entrevista coletiva na última quinta-feira (19), o general de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, afirmou que, na investigação da retirada do armamento, estão sendo analisadas imagens de câmeras e croquis do local.
  • A linha de investigação mais provável é de que as armas foram desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo. O Exército também admite a participação de civis.
  • "O que temos certeza é de que a subtração ocorreu por furto. Se foi uma vez só ou várias vezes, isso está no curso das investigações", afirmou o general Gama.

- O que é uma metralhadora calibre .50

  • Em pleno funcionamento, as metralhadoras .50 são capazes de derrubar helicópteros e até furar a blindagem de tanques. Elas atiram até 550 projéteis por minutos e têm alcance de dois quilômetros.
  • De acordo com o Exército, é uma arma pesada, para uso coletivo.
  • Já os fuzis recuperados são visados por criminosos para roubos a carro-forte, em ações diretas de combate terrestre. Possui um carregador com 20 cartuchos e pode ser disparado com tiro único ou como uma rajada de metralhadora.

- O que acontecerá com os responsáveis pelo crime

  • Os militares que tinham funções de fiscalização e controle poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais irregularidades.
  • Ao final, os militares temporários serão expulsos e os militares de carreira serão submetidos a conselhos de justificação ou disciplina. Os julgamentos serão feitos pela Justiça Militar, inclusive de civis envolvidos, por ser um crime militar, de acordo com o Exército.
  • "A investigação não se resume aos militares que podem estar envolvidos, mas todos aqueles que intermediaram e receberam esse armamento", disse o chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste.
  • Conforme o Exército, há dezenas de pessoas investigadas, mas a força não confirmou nenhuma prisão até este domingo (22). Porém, disse que podem ocorrer a qualquer momento.

- Mudança na segurança das armas após o furto

  • Segundo o Comando Militar do Sudeste, todos os processos da organização militar estão sendo revistos, para se verificar como ocorreu a falha que permitiu o furto e a retirada do pesado armamento do local, pois o controle era considerado rígido -nenhum armamento, explicou o general, saía do quartel sem autorização.
  • Uma das mudanças está no comando da unidade de Barueri. Por ordem do comandante do Exército, general Tomás Paiva, o então diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo, o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, foi exonerado e será transferrido. Para o seu lugar, foi nomeado o coronel Mário Victor Vargas Júnior que comandou, entre outros, o 28º Batalhão Logístico de Dourados (MS).

- O que seria feito com as armas

  • Segundo Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo, as armas do Exército recuperadas em uma região de mata em São Roque estavam sendo negociadas com o PCC e com o Comando Vermelho, facções que comandam o crime organizado em São Paulo e no Rio de Janeiro.
  • "Muitas vidas foram salvas com a recuperação dessas armas. Vidas de policiais, vidas de cidadãos brasileiros –paulistas, cariocas– porque o poder de fogo dessas armas destrói qualquer tipo de blindagem convencional que nós estamos acostumados, sem contar que é uma exposição muito grande para as forças de segurança", disse Derrite.

- Investigação une militares e civis

  • Segundo o Exército, as ações estão sendo conduzidas pelo Comando Militar do Sudeste com o apoio dos órgãos de segurança pública, agências e com orientação do Ministério Público Militar e da Justiça Militar da União
  • Apesar de as armas já recuperadas terem sido encontradas pela Polícia Civil, o Exército está mobilizado para agir. Segundo apurou a reportagem, um pelotão da 2ª CiaComMec (Companhia de Comunicações Mecanizada), de Campinas, viria na sexta-feira (20) para o 8º Batalhão de Polícia do Exército para reforçar as operações.

- Maior da história

  • Segundo levantamento do Instituto Sou da Paz, o furto das armas do Arsenal de Guerra de Barueri é o maior desde o ocorrido em 2009 em um batalhão do Exército em Caçapava (a 100 km de São Paulo). Em março daquele ano, o batalhão foi atacado por homens armados. Dois soldados foram rendidos pelos criminosos, que levaram sete fuzis.

Fonte: TNH1

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