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Polícia investiga se mais alunas foram vítimas de nudes falsos no Rio

A Polícia Civil investiga se alunas de outras escolas do Rio de Janeiro também foram vítimas de nudes falsos –isto é, tiveram suas fotos adulteradas para que aparecessem nuas.

Secretaria de Estado da Polícia Civil, no centro do Rio de Janeiro

A Polícia Civil investiga se alunas de outras escolas do Rio de Janeiro também foram vítimas de nudes falsos –isto é, tiveram suas fotos adulteradas para que aparecessem nuas. A nova investigação faz parte do inquérito aberto, nesta semana, após denúncia de pais e responsáveis do Colégio Santo Agostinho da Barra Tijuca, na zona oeste da cidade.

Ao menos 20 alunas do colégio religioso tiveram imagens adulteradas e divulgadas por colegas nas redes sociais. As vítimas afirmam que alunos de turmas do 7º ao 9º ano teriam usado um aplicativo de inteligência artificial para colocar o rosto de meninas, estudantes do colégio ou não, em corpos nus.

A polícia não informou em quais outras instituições de ensino é apurado se alunas foram vítimas do crime virtual. Isso porque o inquérito está sob sigilo.

O caso é investigado pela DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente). É a primeira vez que esse tipo de delito é registrado na delegacia especializada. A Polícia Civil, porém, avalia que pode haver um aumento de registros do tipo à medida que ferramentas de manipulação de imagens por inteligência artificial se popularizem.

Para evitar que esses casos envolvendo menores de idade se tornem frequentes, a orientação da corporação é que as pessoas tenham bom senso nas redes sociais.

"É de suma importância que os pais conversem e orientem seus filhos de que o ambiente digital, a internet e redes sociais não são uma terra sem lei", afirma o delegado titular da DPCA, Marcus Vinícius Braga.

"O uso de qualquer ferramenta de tecnologia no Brasil é bastante regulado, e o abuso da sua utilização pode provocar responsabilização", completa.

A identidade dos suspeitos no caso do colégio Santo Agostinho não foi divulgada. Em nota, a instituição de ensino disse que está apurando os fatos e que vai adotar as medidas previstas no Regimento Escolar, mas não detalhou quais seriam.

Em um comunicado a pais e responsáveis, na quarta-feira (1º), a direção da escola classificou o fato como lamentável e se colocou à disposição das alunas vítimas e das respectivas famílias.

Recentemente, a atriz Isis Valverde também foi vítima do mesmo crime. Ela acionou seus advogados após montagens em que aparece nua serem divulgadas nas redes sociais. O caso é investigado pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.

O Código Penal já prevê que a produção e divulgação montagens e imagens manipuladas para terem cunho sexual sejam consideradas crime. É o que diz o artigo 216-B da legislação. A pena para esse delito pode variar de 6 meses a 1 ano de prisão, além de multa.

Já para crimes envolvendo menores de idade há também um artigo no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). É o 241-C, que prevê punição para quem "simular a participação de menores de idade em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual".

A pena nesses casos é de 1 a 3 anos de prisão, além de multa. É a mesma pena para quem comercializa, distribui ou divulga por qualquer meio esse tipo de imagem.

De acordo com a Polícia Civil, ainda não é possível antecipar como os suspeitos do caso do colégio Santo Agostinho serão enquadrados. Para isso, será necessário aguardar o fim das investigações.

A corporação informou que os envolvidos no caso já estão sendo ouvidos na delegacia.

Fonte: TNH1

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