Fernandes chegou a ser detido na tarde de sexta-feira (23) numa blitz onde tinha passado todas as informações e foi liberado a noite. Já no sábado (24), ele foi detido novamente, sendo liberado no mesmo dia. "Para falar verdade, eu estou [assustado], quem é que não estaria se estivesse na minha pele", disse à reportagem.
Em conversa com a reportagem no sábado, ele disse que sua família tinha sido feita refém. O mecânico também deu essa versão aos policiais.
De acordo com Fernandes, ele, a esposa e o bebê ficaram quase oito dias sob o poder dos criminosos. Ele afirma que gastou R$ 500 em comida para os foragidos durante o período.
"Ameaçaram minha família", diz. "Gastei pouco, foi na faixa de R$ 400 e pouco, R$ 500, por aí. Não foi muita coisa não", afirmou.
O cerco na divisa foi intensificado na sexta-feira (23) em busca dos fugitivos após essas novas informações. Segundo investigadores, o carro em que estava Fernandes foi abordado em uma barreira feita pelo Gaep (Grupo de Ações Especiais Penitenciárias do Sistema Penitenciário Federal).
Até o momento, quatro pessoas foram presas sob suspeita de ajudar na fuga de dois detentos. Dois dos detidos na operação foram presos em flagrante com armas e drogas, enquanto um terceiro tinha um mandado de prisão em seu nome e foi preso pela Polícia Federal em Quixabeirinha, em Mossoró. Um carro também foi apreendido pela polícia.
A investigação já trabalhava com a hipótese de que a dupla tivesse recebido ajuda fora do presídio. Isso, inclusive, teria motivado o cerco realizado na quarta-feira (21) na cidade de Baraúna, também no Rio Grande do Norte, onde cartazes com o rosto dos fugitivos foram espalhados.
Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, o Deisinho, são suspeitos de ligação com a facção Comando Vermelho.
Eles fugiram do sistema prisional na madrugada do último dia 14, Quarta-Feira de Cinzas. Para fugir da penitenciária, eles usaram uma barra de ferro, retirada da estrutura da própria cela, para escavar o buraco da luminária pelo qual conseguiram escapar, afirmam integrantes da cúpula das investigações.
A luminária por onde os presos fugiram não estava protegida por concreto -apenas por alvenaria. Além disso, câmeras de vigilância não estavam funcionando, assim como algumas lâmpadas.
Investigações apontam que a penitenciária não estava fazendo revistas diárias nas celas ou nos detentos, o que seria um erro de procedimento. Mesmo as celas desocupadas deveriam receber inspeções regulares.
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Fonte: noticiasaominuto