"Ontem, eu fiz nesta casa um discurso sobre um crime de homofobia após palavras ofensivas feitas a um jogador de vôlei, durante uma partida. Ele, no exercício de sua profissão, foi vítima de palavras extremamente ofensivas. Porém, em um recorte minúsculo, foi veiculado na imprensa que a minha fala era sobre a minha vida pessoal, quando, em nenhum momento, eu quis fazer da minha vida pessoal uma bandeira neste plenário. De maneira alguma eu quis me promover sobre uma pauta que eu considero extremamente importante e necessária. A consequência disso são comentários extremamente ofensivos, não apenas nas redes sociais. Eu evito sempre ler esses comentários. São comentários que eu não vou querer reproduzi-los, pois eles atingem um lugar muito sensível no meu coração e eu sei disso. Eu não estou fazendo essa fala para me vitimizar", citou Barros.
Segundo o parlamentar, algumas pessoas chegaram a questionar a fé dele por causa da sua orientação sexual. " Eu vou representar todos os maceioenses, seja ele de qualquer lugar ou qualquer clero e classe social. Ontem eu vi pessoas relacionando a minha orientação sexual à fé que eu professo. Eu vou continuar a crer que Jesus Cristo é o meu Senhor e o salvador da minha vida, independente se eu escolhi viver com outro homem ou não. Essa é a fé que eu professo desde que eu nasci, e eu vou continuar professando. Eu sou motivo de orgulho para a minha casa, para a minha mãe e família. Eu não vou aceitar ser reduzido pela minha orientação sexual", desabafou Fábio.
Em determinado momento da fala (veja, abaixo, o vídeo), Rodolfo Barros cobra que outros parlamentares se posicionassem em casos de homofobia.
"Eu estou fazendo essa fala porque eu tenho amigos na minha família que sempre me acolheram. Eu vivi 26 anos da minha vida com a minha mente aprisionada, calado, de maneira que ninguém soubesse da minha orientação sexual. Até que eu conheci alguém, me apaixonei e tive a coragem de virar para a minha mãe e irmãos e dizer o que eu sentia, o que passava dentro de mim. Eu estou falando isso porque eu tenho uma rede que me acolhe, mas existem meninos e meninas, em tantos lugares, que não têm esse acolhimento e tiram a sua própria vida por comentários cruéis. E são pessoas assim que são capazes de matar moradores de ruas, como esses casos que tivemos nesta semana. Então a gente precisa assumir esse nosso papel aqui, e eu não estou querendo dizer que eu sou militante e não estou me vitimizando pela história que eu tenho, porque existem pessoas que têm histórias muito além da minha. Porém, eu preciso dizer que esse parlamento também tem o seu papel de dizer que homofobia é crime em todas as suas formas. Não importa quem esteja cometendo, tem que ser responsabilizado, pois é crime. Não podemos tolerar, em uma sociedade que se diz evoluída, pessoas que se importam com a vida pessoal e particular de alguém", completou Barros.
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Fonte: TNH1