A discussão sobre uma moção de louvor ao empresário sul-africano Elon Musk gerou confusão na Câmara dos Deputados. Na tarde desta terça-feira (9/4), os deputados Glauber Braga (PSol-RJ) e Gilvan da Federal (PL-ES) discutiram durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública (CSP).
A discussão começou quando os parlamentares discutiam a aprovação da uma moção de louvor a Musk por supostamente “enfrentar a censura política imposta pela Justiça brasileira”. O requerimento foi analisado em meio à crise entre o bilionário e a Suprema Corte brasileira.
O plenário da comissão estava majoritariamente ocupado por parlamentares da oposição, que defenderam a aprovação do requerimento. O único representante da base governista era o deputado Glauber Braga. Ao se pronunciar contra a moção de repúdio, Braga fez associações entre a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a milícia no Rio de Janeiro.
“O senhor acredita que no gabinete de quem hoje é senador e na época era deputado estadual estava lá a esposa e a mãe de um matador do escritório do crime? O senhor acredita que no Rio de Janeiro teve um outro matador que recebeu grana para executar uma vereadora eleita chamada Marielle Franco, e que era vizinho do ex-presidente da República? “, afirmou Braga.
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As acusações causaram revolta no deputado bolsonarista Gilvan da Federal. Ele reclamou que Braga estava fugindo do tema do requerimento ao citar a família Bolsonaro, e chamou o colega de “palhaço”. Braga, então, respondeu: “O deputado que acaba de me chamar de palhaço vai ter que ouvir. Estou falando exatamente da moção. Não adianta colocar a bandeira do Brasil nas costas e ficar de joelho para o bilionário, para que tenha a soberania brasileira sendo atacada”, disse.
O comentário inflamou o clima e ambos começaram a discutir. Os deputados trocaram acusações e Gilvan da Federal chegou a se levantar para discutir com o colega. Ele foi segurado por outros parlamentares que estavam no plenário. Durante a briga, Gilvan chamou Braga de “palhaço” novamente. O parlamentar do PSol respondeu: “Não tenho medo de frouxo”. Veja.
Moção de louvor a Musk
A aprovação da moção ocorre em meio à crise entre a Justiça brasileira e o bilionário sul-africano Elon Musk. O empresário acusa Moraes de censura por determinar a desativação de perfis que disseminam notícias falsas.
No fim de semana, Elon Musk fez críticas ao ministro e ameaçou descumprir decisões do STF, reativando perfis que haviam sido suspensos por medidas da Suprema Corte. Ele também chamou o magistrado de "ditador brutal".
Em reação, Moraes o incluiu no inquérito que investiga a atuação de milícias digitais. Além disso, estabeleceu multa diária de R$ 10 mil para cada perfil do X que venha a ser reativado, descumprindo determinações da Justiça brasileira.
Fonte: Metropoles