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Óleo de maconha para vapes e óleo de canabidiol medicinal: saiba diferença entre substâncias

Apesar de serem provenientes da mesma planta, o óleo de maconha e o óleo de canabidiol (CBD) são substâncias diferentes.

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Apesar de serem provenientes da mesma planta, o óleo de maconha e o óleo de canabidiol (CBD) são substâncias diferentes. O óleo de maconha pode conter diversos compostos com efeitos psicotrópicos, como o tetrahidrocanabidiol (THC), procurados por quem faz o uso recreativo da droga. Já o óleo de canabidiol (CBD) é usado de forma medicinal, para o tratamento de doenças como epilepsia e Alzheimer (veja mais sobre a diferença abaixo).

Nesta quarta-feira (24), três influenciadoras foram presas por contrabandear óleo de maconha para cigarros eletrônicos. O grupo criminoso alegava funções terapêuticas dos produtos para promover a venda das drogas.

Desde 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite a importação de produtos à base de cannabis para fins medicinais. E a partir de 2019, a agência reguladora passou a permitir a venda de produtos com substâncias da cannabis em farmácias.

Entretanto, especialistas lembram que a Anvisa não regulamenta a forma farmacêutica do óleo com ativos de cannabis para inalação e, portanto, a mercadoria não poderia ser comercializada.

Fábio Costa Júnior, farmacêutico e coordenador do grupo de trabalho farmacêutico da Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (ABICANN), explica que nenhum produto demonstrou, até o momento, segurança e eficácia para uso de nasal.

"O fato de haver um comércio ilegal de produtos à base de cannabis ou com ativos de cannabis configura infração sanitária e criminal, porque esses produtos não possuem comprovação de qualidade e certificação de origem da matéria prima", detalha.

Óleo de maconha x canabidiol

Apesar da forma nasal ser proibida no Brasil, o farmacêutico diferencia as duas formas do óleo que podem ser feitas a partir da maconha:

  • Óleo de maconha

Popularmente conhecido como óleo de maconha, é o extrato da planta com seus diversos componentes.

"A cannabis tem mais de 600 compostos sendo os terpenos, flavonoides e canabinoides os que têm atividade terapêutica com evidências clínicas", afirma Fábio Costa.

Por estar em uma forma impura, esse óleo pode conter um alto teor de THC, sustância capaz de criar sensações de euforia e prazer, efeitos buscados por aqueles que fazem o uso recreativo da maconha. Apesar de ser comum a oposição entre THC e CBD, segundo os especialistas, tanto o CDB quanto o THC podem ser utilizados para fins terapêuticos.

  • Óleo de canabidiol (CBD)

Óleo que contém o canabidiol isolado, sem outras substâncias. De acordo com o farmacêutico, nesse caso, há a diluição no canabidiol em um líquido oleoso, após um processo de extração, purificação e isolamento de ativos.

Na indústria farmacêutica, ele funciona como analgésico, sedativo e anticonvulsivo no tratamento de doenças como esclerose múltipla, epilepsia, Parkinson, esquizofrenia e dores crônicas.

Diferentemente do THC, o canabidiol não possui efeitos psicotomiméticos, isso é, que são capazes de provocar alucinações.

Essa forma é frequentemente utilizada para fins terapêuticos. Isso porque o canabidiol isolado funciona como analgésico, sedativo e anticonvulsivo, sendo efetivo no tratamento de doenças como:

  • Esclerose múltipla
  • Epilepsia
  • Parkison
  • Esquizofrenia
  • Dores crônicas

Uso medicinal

No uso medicinal, em geral, os pacientes utilizam óleos, pomadas, extratos ou medicamentos feitos a partir de substâncias presentes na maconha.

O uso recreativo da maconha segue proibido em todo o Brasil. Neste caso, o usuário fuma um cigarro com as flores da planta, mas também é possível consumi-la de outras maneiras, como ingerindo no meio de alimentos.

Apesar dos efeitos positivos comprovados para diversas doenças, o uso de medicamentos com substâncias ativas da cannabis não é recomendado para indivíduos com problemas de dependência química ou psicose.

Alguns estados brasileiros já disponibilizam remédios à base de cannabis no Sistema Único de Saúde (SUS). É o caso de São Paulo, por exemplo, que regulamentou no fim de 2023 a distribuição gratuita desse tipo de medicamento na rede pública do estado.

Atualmente, mais de 15 estados brasileiros possuem legislação que de alguma forma busca facilitar o acesso à cannabis medicinal ou fornecimento gratuito pelo SUS.

    Fonte: TNH1

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