Uma nova pesquisa publicada pela Fundação Ellen MacArthur evidenciou os níveis alarmantes do descarte de material por parte da indústria têxtil. Além de medir o impacto da poluição, o relatório apresenta uma possível solução para combater a contaminação da natureza.
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Descarte de têxteis
Como toda indústria, a produção têxtil utiliza um ciclo que se baseia em exploração de matéria-prima para confecção, consumo e descarte de materiais. Esse sistema prevê o desuso para a introdução de novos produtos, que futuramente também serão rejeitados, para dar continuidade à linha que fomenta o mercado.
Apenas no Brasil, cerca de 170 mil toneladas de roupas são feitas por ano, mas apenas 20% das peças são recicladas ou reaproveitadas, segundo uma pesquisa do Sebrae, de abril de 2023. Em uma escala global, neste ano, a Fundação Ellen MacArthur constatou que 80% dos itens descartados são destinados para queima, aterros sanitários ou largados no meio ambiente.
Atualmente, a responsabilidade pelo descarte correto ou reutilização dos produtos cai como um dos deveres do consumidor. Empresas se beneficiam do modelo econômico não circular e se eximem de qualquer obrigação que possibilite um melhor manejo dos resíduos fabricados por elas.
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No estudo Transcendendo os Limites da Política de REP para Têxteis, a fundação apresenta como solução a Responsabilidade Estendida do Produtor (REP). Esse mecanismo propõe que os fabricantes façam coleta, classificação e recirculação após o descarte dos consumidores.
Similar ao conceito de economia circular, que visa estender a vida útil dos recursos naturais, a REP também teria a função de aumentar a durabilidade dos produtos. Vale ressaltar que as medidas não seriam aplicadas somente ao mercado de moda, mas a todos os produtores têxteis, entre variados ramos.
A proposta de um desenvolvimento circular não é novidade, na teoria, para a indústria têxtil. O modelo é válido para todos os setores econômicos e tem o apoio de ambientalistas em todo o globo. O consenso é de que o formato seria benéfico para o mercado, assim como para o meio ambiente.
Sobre a Fundção Ellen MacArthur
Fundada pela velejadora britânica Ellen Patricia MacArthur, a organização sem fins lucrativos tem o intuito de criar uma transição da economia linear para a circular. Em atividade desde 2009, a instituição colabora com entidades públicas e privadas em prol de uma indústria com maiores responsabilidades sobre os efeitos na natureza. O trabalho envolve a busca pela solução de desafios globais, como as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade.
Fonte: Metropoles