O município de Luziânia, localizado no Entorno do Distrito Federal, está entre as cidades brasileiras com maior taxa de estupros ocorridos em 2023. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o local fica na 10ª posição do ranking desses crimes, registrando 83,7 casos a cada 100 mil habitantes.
No ano passado, todo o DF registrou 322 estupros e 574 estupros de vulnerável, o que indicou um aumento de 8,9% em comparação com 2022. Já em Goiás, houve redução de 9,4% no somatório dos crimes praticados. Ainda assim, as cidades goianas totalizaram 3.539 ocorrências.
Veja as 10 cidades com maior taxa de estupros:
- Sorriso (MT) – 113,9 casos
- Porto Velho (RO) – 113,6 casos
- Boa Vista (RR) – 110,5 casos
- Itaituba (PA) – 100,6 casos
- Dourados (MS) – 98,6 casos
- Rio Branco (AC) – 97,9 casos
- Três Lagoas (MS) – 88,5 casos
- Guarapuava (PR) – 87,3 casos
- Almirante Tamandaré (PR) – 85,1 casos
- Luziânia (GO) – 83,7 casos
Dados nacionais
O Brasil registrou um recorde de 83.988 casos de estupro em 2023, um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior, conforme aponta o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nessa quinta-feira (18/7).
Este número representa um estupro a cada seis minutos no país, o maior índice desde o início da série histórica em 2011, marcando um crescimento de 91,5% ao longo dos últimos 13 anos.
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Do total de casos, 76% correspondem ao crime de estupro de vulnerável – quando a vítima tem menos de 14 anos ou é incapaz de consentir. A maioria das vítimas desse crime é formada por meninas negras de até 13 anos.
O perfil das vítimas de estupro no Brasil é detalhado da seguinte forma:
- 88,2% são do sexo feminino
- 61,6% têm até 13 anos
- 52,2% são negras
- 76% eram vulneráveis
A violência ocorre majoritariamente dentro de casa, sendo que 61,7% dos estupros foram registrados na residência da vítima.
Entre as vítimas de até 13 anos, 64% dos agressores são familiares e 22,4% conhecidos.
Além do aumento nos casos de estupro, outras formas de violência contra mulheres também registraram crescimento em 2023:
- Feminicídio subiu 0,8%
- Tentativa de feminicídio subiu 7,1%
- Agressões decorrentes de violência doméstica subiram 9,8%
- Stalking subiu 34,5%
- Importunação sexual subiu 48,7%
- Tentativas de homicídio subiram 9,2%
- Violência psicológica subiu 33,8%
Das 1.467 vítimas de feminicídio, 63,6% eram negras, 71,1% tinham entre 18 e 44 anos, e 64,3% foram mortas em casa. Entre os assassinos, 63% eram parceiros, 21,2% ex-parceiros e 8,7% familiares.
Violências contra crianças e adolescentes também aumentaram em 2023:
- Abandono de incapaz subiu 22%
- Abandono material subiu 34%
- Pornografia infanto-juvenil subiu 42,6%
- Exploração sexual infantil subiu 24,1%
- Subtração de crianças e adolescentes subiu 28,4%
- Das 29.469 vítimas de maus-tratos no país, 60,9% tinham até 9 anos.
Apesar de uma redução de 3,4% nas mortes violentas intencionais no Brasil em 2023, totalizando 46.328 casos, houve aumento em seis estados: Amapá (39,8%), Mato Grosso (8,1%), Pernambuco (6,2%), Mato Grosso do Sul (6,2%), Minas Gerais (3,7%) e Alagoas (1,4%).
Os casos de racismo subiram 127% em 2023, com 11.610 boletins de ocorrência registrados, em comparação com 5.100 no ano anterior. Assassinatos de pessoas LGBT+ também aumentaram, com 214 vítimas registradas, um aumento de 41,7%.
Fonte: Metropoles