Parlamentares cobraram explicações do Supremo Tribunal Federal após o jornal Folha de São Paulo publicar trocas de mensagens de assessores de Alexandre de Moraes.
Segundo o jornal, o gabinete de Moraes no Supremo teria emitido ordens informais por WhatsApp para a produção de relatórios da justiça eleitoral, que serviriam para embasar decisões do próprio ministro contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em inquéritos, como o das fake news.
A Folha afirma que teve acesso a mais de seis gigabytes de mensagens e arquivos trocados por auxiliares de Moraes. Entre eles estariam o juiz instrutor Airton Vieira, assessor no STF, e o perito criminal Eduardo Tagliaferro, que então chefiava a assessoria especial de enfrentamento à desinformação do TSE. Nas conversas divulgadas, assessores afirmam que Moraes estava irritado com a lentidão na execução de suas ordens.
Depois desse áudio, os dois iniciam uma conversa sobre um pedido de Moraes para fazer relatórios a partir de publicações das redes de Rodrigo Constantino e de Paulo Figueiredo.
À época, os dois entraram na mira de Moraes porque reverberaram em suas redes sociais ataques à lisura da eleição e a ministros do STF, além de incitar os militares contra o resultado das urnas.
Em nota, o gabinete do Ministro Alexandre de Moraes diz que, no curso das investigações doo inquéritos das fake news e das milícias digitais, diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao TSE e que o tribunal, no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas.
Os relatórios, diz a nota do gabinete do ministro, descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais. A nota diz ainda que todos os procedimentos foram oficiais e regulares.
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