O bilionário Elon Musk voltou a subir o tom contra Alexandre de Moraes, e culpou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo encerramento das atividades do X, antigo Twitter, no Brasil. A decisão de interromper as operações da rede social no país foi anunciada neste sábado (17/8).
“Devido às exigências da ‘Justiça’ de Alexandre de Moraes no Brasil, que nos obrigariam a violar (em segredo) as leis brasileiras, argentinas, americanas e internacionais, o X não tem escolha a não ser fechar nossas operações locais no Brasil”, escreveu Musk em uma publicação na rede social da qual é dono. “Ele [Moraes] é uma vergonha total para a Justiça”.
De acordo com um comunicado divulgado pela plataforma anteriormente, a justificativa para encerrar as atividades do X no Brasil foi por ameaças de prisão feitas pelo ministro do STF contra representantes brasileiros.
"Na noite passada, Alexandre de Moraes ameaçou nosso representante legal no Brasil com prisão se não cumprirmos suas ordens de censura”, disse a plataforma.
A acusação da plataforma de Musk surge após Moraes ter determinado, na última terça-feira (13/8), o bloqueio de oito contas da rede social, entre elas a do senador Marcos do Val (Podemos).
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Esvaziamento
Desde que Musk comprou a rede social, em 2022, os relatos são de diversas demissões em escritórios da plataforma ao redor do mundo.
Fontes ouvidas pelo Metrópoles afirmam que a área de comunicação da empresa no Brasil sofreu uma grande onda de demissões ainda em 2022, e ficou praticamente sem funcionários. Por conta disso, solicitações da imprensa passaram a ser respondidas com uma mensagem automática de emoji de cocô.
Apesar do anúncio do fim das operações do X no Brasil, a rede social ainda continuará disponível para a população, apesar do esvaziamento da empresa.
Conselho lamenta decisão
O Conselho Digital, que representa aplicativos de internet no Brasil, entre eles o X, lamentou o encerramento das atividades da plataforma no país. Segundo a associação, os últimos acontecimentos envolvendo decisões de Moraes e a rede social “não contribuem para um ambiente digital que se espera em um regime democrático”.
“O CD preza acima de tudo pela liberdade de expressão e segurança dos usuários, não admitindo qualquer ataque à democracia e aos direitos da população. Esperamos que este episódio sirva de exemplo para que a razoabilidade e a proteção aos direitos prevaleçam no país e que decisões do poder público não afastem outras empresas, prejudicando a economia e os brasileiros”, disse a associação em nota.
Fonte: Metropoles
