O Instituto Médico Legal (IML) concluiu que a bebê encontrada coberta por fezes, no município de Atalaia, na Zona da Mata de Alagoas, morreu por asfixia por afogamento. O resultado da necropsia foi divulgado na manhã desta quinta-feira (22), cerca de 24 horas depois da repercussão sobre o óbito. Havia a suspeita de que a bebê poderia ter nascido morta.
A perita médica legista Rosana Houly, responsável pela necropsia, informou que o exame revelou a presença de água misturada com fezes líquidas nas vias aéreas e no estômago da criança. O laudo cadavérico vai ser gerado e encaminhado para a delegacia distrital de Atalaia.
A perita criminal também destacou que manchas de sangue foram encontradas desde a entrada da casa até o banheiro, onde estava o corpo. A bebê estava parcialmente submersa no vaso sanitário, com a cabeça e a parte superior do corpo cobertas por fezes e sangue.
Também foram encontradas duas latas de bebida alcoólica no quintal, enquanto estavam ausentes utensílios de cozinha e alimentos. Uma boca do fogão estava aberta e havia vazamento do gás de cozinha.
Além disso, havia pacotes de fralda, uma banheira e uma bolsa de maternidade com materiais para bebê. A enfermeira que acompanhava a mãe informou que ela estava com quase 33 semanas de gestação e tinha uma cesariana agendada.
A Polícia Militar, que esteve na casa da mulher, na comunidade Alto do Cruzeiro, informou nessa quarta-feira (21) ao TNH1 que o corpo foi encontrado dentro de um vaso sanitário depois de a mulher ter dado à luz no momento em que defecava. A suspeita foi de que o cordão umbilical se rompeu quando a mãe se levantou da privada, o que fez a recém-nascida cair e se afogar em meio às fezes.
Mãe teria problemas de saúde
A mãe, levada ao hospital, havia feito o pré-natal e recebido acompanhamento da gestação pelo Programa Saúde da Família (PSF) do município. Uma vizinha da mulher relatou ao TNH1, nessa quarta (21), que ela estava aguardando o nascimento da criança, porém possuía problemas de saúde e era constantemente flagrada consumindo bebidas alcoólicas.
A mulher, de 28 anos, também teria dado entrada em uma unidade hospitalar do município no último dia 8, com um quadro de pressão alta. Ela recebeu atendimento médico e, em seguida, foi liberada.
Polícia Civil apura o caso
A Polícia Civil de Alagoas começou a apurar as circunstâncias da morte da bebê. "Vamos verificar o que realmente aconteceu e apurar as circunstâncias dos fatos. Vamos verificar se foi um aborto espontâneo ou se foi um aborto criminoso", disse o delegado Gustavo Pires.
Segundo a assessoria de comunicação de Atalaia, a jovem, que é mãe de outros dois filhos, possui etilismo crônico por causa do abuso do consumo de bebidas alcoólicas. O quadro é diagnosticado em pessoas com insuficiência ou descompensação hepática.
O município também confirmou à reportagem que a jovem sofre de transtornos mentais e é paciente psiquiátrica. Neste momento, ela está internada no Hospital João Lyra Filho, onde está recebendo cuidados médicos. Os outros dois filhos dela estão sob os cuidados de familiares.
Fonte: TNH1