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Prefeito de Campinas quer ajuda estadual para aliviar lotação na saúde

São Paulo – Reeleito para a Prefeitura de Campinas com 66,77% dos votos válidos no primeiro turno, Dario Saadi (Republicanos) quer a ajuda do governador e colega de partido Tarcísio de Freitas para resolver um dos problemas mais sensíveis da cidade: a superlotação do sistema de saúde.

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São PauloReeleito para a Prefeitura de Campinas com 66,77% dos votos válidos no primeiro turno, Dario Saadi (Republicanos) quer a ajuda do governador e colega de partido Tarcísio de Freitas para resolver um dos problemas mais sensíveis da cidade: a superlotação do sistema de saúde.

Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o prefeito defendeu a criação de um hospital regional estadual para atender moradores de outros municípios que vão à Campinas em busca de tratamento. Este ano, a rede municipal enfrentou escassez de leitos em meio à epidemia de dengue e ao aumento de doenças respiratórias.

"Em torno de 25% do nosso atendimento não é de Campinas. Na pediatria, neonatologia e leitos de UTI pediátrica a gente chega a bater 35%. Então você trazer esse problema regional para prefeitura de Campinas não é justo, inclusive com os próprios campineiros", afirmou Dario.

"O município faz mais do que poderia suportar de atendimento à saúde. Acreditamos que cabe agora ao governo do estado atender a esse pedido de 20 cidades da região metropolitana, que é o da implantação de um hospital metropolitano".

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Na entrevista, o prefeito disse ainda que não se arrepende de ter gravado os vídeos que levaram ao pedido de cassação da sua candidatura em primeira instância, prometeu publicar o novo edital dos ônibus até o início do próximo ano, e disse que vai intensificar a Operação Retorno, que leva pessoas em situação de rua de volta para suas cidades de origem: "Quase 70% não são de Campinas".

Dario afirmou que o problema da população de rua deve ser enfrentado com uma abordagem múltipla e não apenas com vagas de acolhimento. "Se o atendimento no Centro POP resolvesse, eu fazia 30 na cidade".

Segundo o último censo divulgado pela Prefeitura de Campinas, a cidade tem 1,3 mil pessoas vivendo nas ruas e outras 257 morando em abrigos. O número, divulgado neste ano, é 39% maior do que o registrado em 2021.

O prefeito também falou sobre as prioridades do próximo mandato e se posicionou sobre a implantação de escolas cívico-militares na cidade. Confira:

Cassação da candidatura

Eleito no primeiro turno com a candidatura cassada, Dario diz que está "tranquilo" em relação ao processo que corre na Justiça Eleitoral. A ação, movida pela Coligação Mudança de Verdade (PT, PCdoB, PV, PSOL e Rede) e pelo Ministério Público Eleitoral, acusou o prefeito de abuso de poder econômico após ele ter gravado três vídeos de sua campanha em instalações de uma creche, um hospital e um centro odontológico da cidade.

Em primeira instância, o juiz que analisou o caso considerou que o político usou o cargo de prefeito para ter acesso a áreas restritas e condenou Dario a ter a candidatura cassada, além de ficar inelegível por oito anos. Como cabe recurso, no entanto, o processo segue tramitando na Justiça Eleitoral.

Dario nega arrependimento pelas gravações e alega que a prefeitura publicou uma portaria autorizando todos os candidatos a gravarem conteúdos nas unidades públicas mediante agendamento prévio.

"Eu fiz o agendamento e acredito que todos teriam possibilidade de fazer a mesma gravação. Então, realmente, eu não me arrependo, não", diz.

"A própria jurisprudência, os casos já julgados desses questionamentos na Justiça Eleitoral, no máximo renderam algum tipo de multa, quando renderam", afirma ele, enfatizando que os vídeos não chegaram a passar na propaganda da TV e ficaram restritos às redes sociais.

4 imagensDário Saadi (Republicanos), atual prefeito de Campinas Justiça caça registro de candidatura de Dário em Campinas, São PauloDário Saadi (Republicanos)1 de 4

O prefeito de Campinas, Dário Saadi

Câmara Municipal de Campinas2 de 4

Dário Saadi (Republicanos), atual prefeito de Campinas

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Justiça caça registro de candidatura de Dário em Campinas, São Paulo

Reprodução- Facebook 4 de 4

Dário Saadi (Republicanos)

Divulgação

Licitação do transporte coletivo

O prefeito reeleito disse que uma de suas principais prioridades agora é a nova licitação do transporte público da cidade: "Se não sair neste ano, sai no começo do ano que vem".

Em 2023, a licitação aberta por Dario terminou sem nenhuma empresa interessada em assumir o contrato com a prefeitura. A exigência de contratação de 256 novos ônibus elétricos foi, segundo o prefeito, um dos principais entraves para o sucesso do edital.

"Estamos refazendo a licitação. Vamos manter o número de ônibus elétricos no total, mas abrindo a possibilidade da prefeitura fazer o financiamento no governo federal, transferir para os operadores do sistema e descontar no subsídio que a gente paga", afirmou.

Saúde

Outra prioridade para os próximos quatro anos, afirma Dario, é a saúde. O prefeito, que iniciou o primeiro mandato na cidade em meio à pandemia, diz que a suspensão de cirurgias eletivas e exames de alta complexidade por causa da Covid-19 ainda reverbera nas filas de espera para realização dos procedimentos.

Para atacar o problema, o político diz que vai investir na contratação de cirurgias, no programa que ele apelidou de "Expresso da Saúde". "A gente contratou mais de 6.700 cirurgias há um mês e vamos continuar contratando nos próximos meses e anos", diz Dario.

O prefeito também promete cumprir com as promessas de campanha de colocar em funcionamento o Centro de Exames e Especialidades Médicas no centro da cidade e criar quatro novas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs).

A saúde foi um dos temas centrais da campanha no primeiro turno, com cobranças de adversários sobre a gestão de Dario. Neste ano, além das filas de cirurgias, Campinas também registrou superlotação de leitos, com dias de caos nos hospitais da rede municipal e nas unidades administradas pela PUC-Campinas e a Unicamp, em meio à epidemia de dengue e o aumento de doenças respiratórias na cidade.

Dario diz que é "injusto" culpar a prefeitura pelo problema da superlotação e argumenta que parte dos pacientes atendidos na cidade vêm de outros municípios.

"Em torno de 25% do nosso atendimento não é de [moradores de] Campinas. Na pediatria, neonatologia e leitos de UTI pediátrica a gente chega a bater 35%. Então, você trazer esse problema regional para Prefeitura de Campinas não é justo, inclusive com os próprios campineiros", afirmou Dario.

"O município faz mais do que poderia suportar de atendimento à saúde. Acreditamos que cabe agora ao governo do estado atender a esse pedido de 20 cidades da região metropolitana, que é o da implantação de um hospital metropolitano. Isso vai reduzir a superlotação das unidades hospitalares".

O prefeito também cobra a criação de leitos de baixa complexidade nos municípios vizinhos e alfineta: "Pacientes de baixa complexidade de outras cidades não deveriam ficar impactando aqui os hospitais de referência aqui de Campinas", diz.

Pessoas em situação de rua

Para enfrentar o aumento de mais de 39% no número de pessoas em situação de rua na cidade, o prefeito diz que vai intensificar a Operação Retorno, que encaminha esses moradores para suas cidades de origem. “Quase 70% não são de Campinas”, afirma Dario.

O político diz que essas pessoas são enviadas para Campinas “contra sua vontade” e defende que o programa é feito “dentro da lei”, com acompanhamento da Justiça. “Tem cidade que põe em ônibus e despeja em outra cidade”.

Durante a campanha, Dario prometeu ampliar as vagas no Centro Pop, voltado ao atendimento para quem vive nas ruas. Questionado sobre quantas vagas serão criadas e quando elas serão entregues, o prefeito disse que a meta ainda está em estudo. "Nós vamos aumentar sensivelmente. Nós estamos estudando nesse percentual o que será possível".

Dario defendeu que o atendimento já é feito para quem quer ajuda e que inclui abordagens diversas, como ajuda médica, capacitação profissional e direcionamento para comunidades terapêuticas, mas que muitas pessoas “não querem sair da rua”. Para o prefeito, o tema é um desafio para as grandes cidades de todo o mundo e a gestão precisa apostar em diferentes soluções para resolver a questão.

“Se atendimento no Centro Pop resolvesse, eu fazia 30 na cidade. O problema que nós enfrentamos é aquela pessoa que está em situação de rua, a grande maioria dela dependente química, e que não quer sair. Ela passa por atendimento no Centro Pop, vai na comunidade terapêutica, frequenta todos os nossos programas sociais e fala ‘não quero sair da rua'”.

Escola em tempo integral

Com o desafio de melhorar o desempenho dos alunos nas escolas municipais de ensino fundamental, que ainda não voltaram ao patamar de aprendizagem registrado antes da pandemia, Dario disse que reforçou a promessa de que vai levar o modelo integral para mais 10 unidades e disse que a ampliação proposta é a que “cabe no orçamento”.

“A gente tem nove escolas de ensino fundamental de período integral, vamos passar para 19. Essa é a nossa meta”. A cidade tem 36 escolas em ensino funcionando em meio período atualmente.

O prefeito destacou os projetos que fez no primeiro mandato voltados a diminuir a fila do ensino infantil e voltou a dizer, como na campanha, que a espera que por vaga em creche está prestes a terminar.

“Nós construímos 16 creches nesse mandato com capacidade de 5 mil vagas e as crianças estão sendo chamadas com uma chance real de zerar a fila de creche”.

O Metrópoles também questionou o prefeito sobre uma possível adesão da rede municipal ao Programa Escola Cívico-Militar aprovado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o projeto seja liberado pela Justiça – o programa teve sua implantação barrada e está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF) atualmente.

Do mesmo partido que Tarcísio, Dario disse que não se opõe ao modelo cívico-militar, mas que vai “respeitar a lei” e só irá abrir consulta pública sobre o programa “se tiver interesse da comunidade escolar”.

“A gente vai aguardar a manifestação da comunidade escolar. Se uma comunidade escolar manifestar o interesse, a gente vai fazer consulta”, disse o prefeito.

Segundo a lei aprovada pelo governo estadual, o projeto só poderá ser implantado em uma unidade após ser aprovado pela maioria da comunidade escolar em uma consulta pública.

Fonte: Metropoles

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