A principal preocupação do PT ao apoiar Hugo Motta para a presidência da Câmara é o fortalecimento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para uma eventual disputa ao Planalto contra Lula, em 2026. Motta e Tarcísio são do Republicanos, partido presidido pelo deputado federal paulista Marcos Pereira.
Logo após a oficialização do acordo para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL), Marcos Pereira tratou de acalmar os petistas. Nos bastidores, reforçou a aliados que o projeto do seu partido é reeleger Tarcísio de Freitas em São Paulo. Uma disputa contra Lula pela Presidência da República é uma possibilidade remota. Atualmente, o governador não se vê trocando uma reeleição considerada “bem encaminhada” por uma disputa nacional arriscada.
6 imagensPresidência da RepúblicaRicardo Stuckert/DivulgaçãoMarina Ramos/Câmara dos DeputadosGil Ferreira/Ascom-SRIZeca Ribeiro/Câmara dos DeputadosReprodução/ YoutubeApesar de não descartar totalmente uma disputa de Tarcísio ao Planalto em 2026, lideranças do Republicanos garantem que o funcionamento do Legislativo e a governabilidade de Lula na Câmara não serão afetada por embates eleitorais. Até porque o partido já ocupa um ministério e espera ampliar seu espaço na Esplanada a partir de 2025. Para o governo, essas sinalizações foram suficientes.
Apesar disso, não há falsa esperança de um apoio exclusivo do Republicanos em 2026, uma vez que o partido tem diversos senadores bolsonaristas, além do próprio Tarcísio. A expectativa do Planalto é que o partido retorne o gesto feito pelo PT a Hugo Motta e pelo menos incentive suas lideranças de centro a apoiar a reeleição do presidente Lula.
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Tarcísio foi ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro e, após a inelegibilidade do ex-presidente, passou a ser cotado como seu sucessor político. Como governador, ele saiu fortalecido da eleição municipal, sendo o principal cabo eleitoral do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB).
Outros nomes na direita, porém, são cotados como candidatos à Presidência, como os governadores Ronaldo Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG). Eles, ao contrário de Tarcísio, estão no segundo mandato e não podem mais ser reeleitos.
Fonte: Metropoles