A Arquidiocese de Brasília lançou uma campanha para a restauração da Catedral de Brasília, na noite de quarta-feira (24/4). Tombada como patrimônio cultural mundial, a principal sede da Igreja Católica no Distrito Federal recebe 3 milhões de visitantes anualmente, mas está há 12 anos sem manutenção.
Veja:
O projeto pretende transformar o tempo em um ponto de diálogo, com iluminação inteligente e um museu. A ideia é captar recursos de empresas e instituições parceiras para financiar a obra, estimada inicialmente em R$ 50 milhões. A previsão de conclusão da reforma está para 2030, quando a Catedral completará 60 anos.
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A campanha de captação de parceiros foi lançada pelo Cardeal-Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa. “A Catedral é um monumento religioso, mas também é arquitetônico, cultural. Que esteja bonita e expresse aquilo que é Brasília: um cidade acolhedora e de diálogo. Queremos que seja um monumento dialogante”, afirmou.
O projeto inclui uma iluminação moderna, com LED. Além da economia de 70% na conta de luz, a tecnologia vai permitir projeções no monumento, a exemplo do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro (RJ). “Que ela seja iluminada com as principais pautas da vida da sociedade”, completou.
O projeto inclui a revitalização da iluminação interna da Catedral. A restauração será por etapas. Orçada em R$ 10 milhões, a primeira fase também fará reparos urgentes, como a impermeabilização do espelho d’água, que já sofre com vazamentos.
Museu
Segundo Dom Paulo Cezar, a entrada no templo continuará gratuita. “Nós pretendemos levar adiante a construção do museu. Pretendemos que quem vier aqui possa ver um monumento religioso, arquitetônico e possa conhecer um pouco da história do Brasil e de Brasília. Que a Catedral seja um centro de religião, cultural e de diálogo”, contou.
Em tempo de intensos conflitos sociais, extremismos, intolerância e guerras, Dom Paulo Cezar considera que a Catedral pode ser um ponto de equilíbrio. “Nós acreditamos naquilo que o Papa Francisco chama de cultura do encontro, do diálogo”, afirmou.
“A polarização não é um mal. Ela se torna um mal, um perigo, quando as divergências de ideias se tornam violência, na agressão, no desrespeito ao outro, à outra. Pensar diferente deve ser normal na vida de uma sociedade, deve enriquecer. Mas nunca deve conduzir ao conflito, ruptura e violência. Implica sempre em ouvir, escutar. Implica em perceber que às vezes nem sempre eu estou com a razão e nem o outro, às vezes é o meio termo. A sociedade precisa de instrumentos de diálogo. E que a Catedral seja símbolo disso”, ponderou.
Amigos e segurança
Do ponto de vista do pároco da Catedral, o padre Agenor Viera, o projeto conquistará parceiros. “Espero que os amigos que estamos idealizando apareçam para nos ajudar a conservar e revitalizar nossa Catedral, como símbolo de Brasília e do Brasil”, comentou.
Ao longo dos anos, a Catedral é alvo de depredação e vandalismo. Segundo padre Agenor, o projeto de restauração também inclui a implantação de um serviço de segurança patrimonial, justamente para preservar o monumento após a reforma. “A segurança é indispensável”, resumiu.
João Mariano fez parte da equipe que trabalhou no projeto de captação de parceiros para a manutenção do Cristo Redentor. O grupo replicou o trabalho no DF, para a Catedral, e identificou que a potencialidade turística do momento do DF é pouco utilizada.
“Nós temos ações para potencializar a questão turística, como implementação do centro de acolhimento ao visitante e o desenvolvimento de um aplicativo de visita guiada”, contou. O grupo também elabora sugestões de criação de receita para o monumento, justamente para garantir recursos para futuras ações de manutenção e melhorias.
O projeto contempla, ainda, a reforma da praça em frente à Catedral. A proposta inicial é a construção de uma área coberta com bancos móveis.
Serviço:
Empresas e instituições interessadas em se tornar parceiras poderão entrar em contato nos seguintes canais:
+55 (11) 98946-7242 | CATEDRALDEBRASILIA.COM.BR
comercial@catedraldebrasilia.com.br
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